sexta-feira, 10 de abril de 2020

PÁSCOA COM MULHERES: PERTO DA CRUZ, ELAS AMARAM ATÉ O FIM

“Perto da cruz de Jesus estavam sua mãe, a irmã dela, Maria mulher de Clopas, e Maria Madalena.” João 19.25.

A narrativa do Evangelho de João, testemunha que as mulheres, permaneceram perto da cruz até a morte. Jesus havia dito aos discípulos que estava chegando a hora, e que todos o abandonariam e o deixariam sozinho (João 16:32). Mas, as mulheres permaneceram firmes, frente a morte e o medo de represálias. As mulheres não fugiram. Elas ficaram juntas em vigília, perto da cruz, até o momento final. Na narrativa dos outros Evangelhos, as mulheres assistiram a morte de Jesus de longe. Mas na narrativa joanina, elas ficam perto da cruz, tão perto que Jesus consegue falar com sua mãe antes de morrer (João 19:26-27). As mulheres, tendo amado a Jesus, amaram até o fim (João 13:1).
Em memória delas, desejo ardentemente, que o mundo pós-pandemia, seja mais amoroso e solidário com os corpos crucificados, incluindo, os corpos das mulheres. A primeira vítima mortal da COVID-19 no Brasil foi uma mulher pobre, empregada doméstica de 63 anos. Durante o isolamento social, registra-se aumento de violência contra as mulheres. Ficar em casa, para algumas mulheres, não é uma escolha segura. Qual “vírus” é mais ameaçador e mortal para as mulheres em seu cotidiano? Segundo Paul Ricouer, a cruz, enquanto símbolo, central na tradição cristã, convida a pensar. O símbolo da cruz e um “Deus crucificado” celebrado nesta sexta pascal, vivida em tempo de pandemia, deveria interpelar o mundo ainda mais!
Que as mulheres que ficaram perto da cruz nos convidem a pensar!


Por Odja Barros


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