“Perto da cruz de Jesus estavam sua mãe, a irmã
dela, Maria mulher de Clopas, e Maria Madalena.” João 19.25.
A narrativa do
Evangelho de João, testemunha que as mulheres, permaneceram perto da cruz até a
morte. Jesus havia dito aos discípulos que estava chegando a hora, e que todos
o abandonariam e o deixariam sozinho (João 16:32). Mas, as mulheres
permaneceram firmes, frente a morte e o medo de represálias. As mulheres não fugiram. Elas ficaram
juntas em vigília, perto da cruz, até o momento final. Na narrativa dos outros
Evangelhos, as mulheres assistiram a morte de Jesus de longe. Mas na narrativa
joanina, elas ficam perto da cruz, tão perto que Jesus consegue falar com sua
mãe antes de morrer (João 19:26-27). As mulheres, tendo amado a Jesus, amaram até o fim (João 13:1).
Em memória delas, desejo
ardentemente, que o mundo pós-pandemia, seja mais amoroso e solidário com os
corpos crucificados, incluindo, os corpos das mulheres. A primeira vítima
mortal da COVID-19 no Brasil foi uma mulher pobre, empregada doméstica de 63
anos. Durante o isolamento social, registra-se aumento de violência contra as
mulheres. Ficar em casa, para algumas mulheres, não é uma escolha segura. Qual
“vírus” é mais ameaçador e mortal para as mulheres em seu cotidiano? Segundo
Paul Ricouer, a cruz, enquanto símbolo, central na tradição cristã, convida a
pensar. O símbolo da cruz e um “Deus crucificado” celebrado nesta sexta pascal,
vivida em tempo de pandemia, deveria interpelar o mundo ainda mais!
Que as mulheres que ficaram perto
da cruz nos convidem a pensar!
Por Odja Barros
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