Dia 25 de Novembro é o Dia Internacional Dedicado a Não
Violência contra as Mulheres. A Igreja
do Pinheiro esteve mais uma vez num ato público denunciando esse pecado estrutural
que tem matado 16 mulheres por dia em Alagoas, no Brasil e em toda América
Latina.
Mas, o que a Igreja tem a ver com isso? Depois das
últimas pesquisas divulgadas que acusam que 40% das mulheres vítimas de
violência doméstica no Brasil são EVANGÉLICAS não é possível mais que as
igrejas se isentem da culpa e da luta.
As Igrejas evangélicas, formadas em sua maioria por
mulheres tem um duplo potencial no contexto de uma cultura machista violenta:
Podem ser aliadas das mulheres na sua luta pela dignidade e direito à vida ou
podem ser aliadas da cultura machista que mata. Sim! Não existe neutralidade.
Se há omissão de igrejas que dizem não ter nada a ver com isso, e, portanto,
esse não é um assunto para se importar, tal omissão está somando para
fortalecer o machismo que mata.
De que lado estão a maioria das Igrejas evangélicas no
Brasil? Os dados da pesquisa tristemente
e vergonhosamente dão uma resposta incontestável. As Igrejas também são
culpadas! Por ação ou omissão, são culpadas!
São culpadas quando dos púlpitos ou nos estudos
bíblicos são repetidos e reforçados os discursos de inferioridade, subordinação
das mulheres ensinando que as mulheres devem ficar caladas. Quando reforçam
relações injustas de poder e dominação dos homens sobre as mulheres. Quando a
favor da proteção dos “valores da família tradicional” não denunciam os casos
de violência e abuso no seio das famílias evangélicas. Quando se negam a ser
espaços seguros que favoreçam a denúncia e o cuidado às mulheres das Igrejas
vítimas de violências diárias. Quando ignoram e ficam indiferentes aos casos de
violências de mulheres ocorridas cotidianamente dentro e no entorno da igreja.
Quando não falam sobre isso em seus cultos e reuniões. Quando reproduzem
interpretações bíblicas patriarcais que legitimam desigualdades, violências e
opressões que alimentam o intento dos homens dominadores e violentos que
agridem e matam, considerando mulheres como propriedade. Por essas e outras
razões é que ouso dizer que o sangue derramado dos 40% das mulheres evangélicas
vítimas de violência será cobrado mais das mãos dos religiosos e igrejas do que
de qualquer outro poder ou instância.
Que respostas as Igrejas evangélicas brasileiras darão
a essa alarmante realidade denunciada pela pesquisa? Temo que a maioria
continuará a não se importar, perguntando: O que tem as Igrejas a ver com isso?
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